Saiba mais sobre a síndrome de congestão pélvica
Se apresenta queixas de dor no pavimento pélvico, muito agravadas pela permanência de pé ou por longos períodos na posição sentada, assista aos vídeos do nosso médico especialista, Prof. Doutor Sérgio Sampaio, e fique a saber mais sobre os sintomas e tratamentos para esta síndrome.
O que é a Síndrome de Congestão Pélvica?
A síndrome de congestão pélvica é caracterizada pela presença de varizes pélvicas, ou seja, veias dilatadas, alongadas e tortuosas na região da pelve.
A dor intensa e que se prolonga no tempo ( mais de 6 meses) resulta da dilatação das veias do útero, vulva e ovários, bem como do fluxo de sangue que se move em sentido contrário – devido à incompetência das válvulas venosas.
Diagnóstico de Varizes Pélvicas
Na observação clínica há alguns sinais que evidenciam a presença desta síndrome, nomeadamente a presença de varizes vulvares e vaginais, bem como na face interna da coxa e virilhas, ou nas nádegas.
Para o diagnóstico é porém importante a exclusão de outras causas, uma vez que não há sintomas exclusivos da síndrome de congestão pélvica.
O Eco-Doppler pélvico é um exame de primeira linha que permite evidenciar a presença de varizes pélvicas. Muitas vezes, revela-se necessário realizar um Eco-Doppler por via transvaginal, uma vez que estas varizes são difíceis de estudar através do abdómen.
É quase sempre necessário complementar este estudo com outros meios complementares de imagem, não invasivos, tais como a angio-ressonância ou angio-TAC.
Estes exames podem envolver a injeção de meios de contraste. Permitem identificar eventuais zonas de estenose (aperto) nos eixos venosos, bem como os vasos envolvidos no processo de refluxo. No fundo, perceber a origem das varizes pélvicas e estimar o seu contributo para o quadro clínico (queixas sentidas e varizes observáveis exteriormente).
Causas
A síndrome da congestão pélvica afeta sobretudo, mas não só, mulheres jovens que já tiveram mais de 2 gravidezes.
Durante a gestação, as veias pélvicas são comprimidas pelo útero gravídico em expansão, o que pode levar a um comprometimento da drenagem venosa e consequente refluxo.
Por outro lado, a gravidez caracteriza-se pelo aumento do fluxo sanguíneo a nível pélvico o que, por si só, contribuirá eventualmente para o desenvolvimento de varizes na região pélvica.
Existem outras causas, tais como a trombose das veias ováricas e a ausência de válvulas venosas por mau desenvolvimento congénito, ou a compressão anatómica da veia renal esquerda, embora sejam mais raras.
Sintomas
A dor pélvica crónica é o sintoma mais comum. Por norma, tende a piorar com a realização de esforços físicos, quando está muito tempo de pé ou sentado, durante o período menstrual e durante ou após as relações sexuais.
As pacientes também costumam sentir:
- Dor abdominal intensa e prolongada;
- Agravamento da incontinência urinária;
- Sensação de peso no ventre;
- Período menstrual anormalmente doloroso, com hemorragia abundante;
- Fadiga e falta de energia;
- Sensação de inchaço e tensão no abdómen ou pelve.
Em alguns casos, os sintomas só se tornam evidentes durante ou após a gravidez.
Síndrome de Congestão Pélvica: Tratamento
Indicações
Há várias opções de tratamento para a síndrome de congestão pélvica.
Nalguns casos, a prescrição de fármacos anti-inflamatórios e/ou hormonais melhora o quadro clínico e ajuda a controlar a dor e os demais sintomas.
Por vezes, ou porque os sintomas não melhoram, ou porque as varizes pélvicas estão implicadas em varizes exteriormente visíveis que importa tratar, há que intervir.
É geralmente possível executar um procedimento denominado EMBOLIZAÇÃO VENOSA.
Trata-se de uma intervenção minimamente invasiva, realizada em ambulatório.
Procedimento
A embolização venosa é um tratamento com elevados níveis de segurança e eficácia.
A técnica envolve a punção de uma veia, geralmente na virilha. Com cateteres apropriados, navega-se até às veias em que importa intervir. O refluxo é então corrigido através da injeção e/ou implante de substâncias ou dispositivos de diversas naturezas.
Outras opções de tratamento consistem na laqueação, isto é, na interrupção das veias por cirurgia aberta ou laparoscópica. Estas intervenções são mais invasivas e realizadas com recurso a anestesia geral.
Duas horas, dependendo da complexidade;
Realizado em ambiente hospitalar, sob anestesia local;
Alta no próprio dia, regressando a casa após algumas horas, retomando as atividades diárias e profissionais.
Pós-tratamento
Resultados
A embolização venosa costuma ter resultados duráveis.
Na maioria dos casos, basta uma intervenção.
Após algum desconforto temporário, sentido nos primeiros dias após a embolização, a esmagadora maioria das pacientes (85 – 95%) refere um alívio muito importante dos sintomas.
Contraindicações
A embolização venosa é desaconselhada a mulheres grávidas ou no período de amamentação porque o procedimento envolve exposição à radiação.
Médico Especialista
em Síndrome de Congestão Pélvica
Prof. Doutor Sérgio Sampaio
- Licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
- Doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
- Especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular
- Fellow do European Board of Vascular Surgery