Saiba mais sobre a Trombose Venosa Profunda
Assista aos vídeos do nosso médico especialista, Prof. Doutor Sérgio Sampaio, e fique a saber mais sobre os sintomas e tratamentos desta doença venosa.
O que é uma Trombose Venosa Profunda?
A trombose venosa profunda (TVP) é a oclusão de uma veia do sistema venoso profundo, que ocorre quase sempre nos membros inferiores ou na bacia, e acontece devido à coagulação do sangue no interior da veia.
Quais os sintomas da Trombose Venosa Profunda?
Esta condição pode ser assintomática, dependendo da localização da veia atingida.
Geralmente, quanto mais alta é a veia atingida (na bacia, na virilha e na coxa), maior a probabilidade de ser sintomática.
Quando acontece em zonas mais distais, isto é, mais longe da zona da virilha (como joelho ou perto do tornozelo) pode ser bem menos sintomática.
Entre os principais sintomas estão:
- Dor local na zona da trombose;
- Sensação significativa de tensão e peso;
- Inchaço do membro inferior;
- Alterações de coloração quase sempre entre o arroxeado e o avermelhado.
Fatores de Risco
Globalmente, podemos dividir os fatores de risco em:
Fatores congénitos
Estes fatores são designados por trombofilias.
Isto é, alterações genéticas específicas do sistema de coagulação do nosso sangue, que fazem com que determinadas pessoas tenham mais propensão para a formação de trombos nas veias.
Quase sempre resultam de pequenos defeitos em proteínas que existem em circulação.
Fatores adquiridos
Podem resultar de doenças que o paciente adquiriu ao longo da vida, com maior destaque para doenças oncológicas. Praticamente todos os tipos de cancro, bem como os seus respetivos tratamentos, aumentam o risco de sofrer uma trombose venosa profunda.
Por outro lado, estão também outros fatores triviais como:
- Excesso de peso;
- Imobilização prolongada em resultado de uma doença ou intervenção cirúrgica que tenha levado ao alectuamento, obrigando o indivíduo a estar parado durante muito tempo;
- Outras situações em que a pessoa está durante muitas horas com os membros inferiores em posição de retração com flexão dos membros, tais como viagens de avião de longo curso em classe económica. No fundo, sempre que se passam muitas horas sem mobilizar os membros em posições que favorecem o “estagnar” do sangue no leito venoso.
Tratamento da Trombose Venosa Profunda
O tratamento pode variar de acordo com as características do paciente:
- Idade;
- Existência de outras patologias (do foro cardíaco ou respiratório);
- Também após a fase aguda, se necessário e possível, pode haver algo a oferecer. Perante uma veia ocluída ou apertada é, por vezes, indicado proceder à sua recanalização e dilatação, mantendo-a aberta com recurso à colocação de um cilindro de rede metálica – stent. Este procedimento visa o alívio de sintomas e a prevenção do Síndrome Pós-Trombótico.
De acordo com o peso destes fatores, é decidido o tratamento através de:
Fármacos
Podem ser indicados fármacos anticoagulantes, que tornam o sangue mais “líquido” e “menos viscoso” e impedem que os trombos aumentem de tamanho, ou fármacos que visem desfazer ativamente o trombo existente.
Meios mecânicos ou fármaco-mecânicos
Estes meios correspondem à remoção ativa do trombo, instilando no seu interior fármacos que visam a sua eliminação mais rápida. Podem também ser usados dispositivos que atuam aspirando, desfazendo e retirando-o do sítio onde este está alojado.
Quais os riscos de uma Trombose Venosa Profunda (TVP)?
A circulação normal das veias faz-se no sentido de retorno ao coração. Ou seja, falando do sangue que ascende dos membros inferiores o caminho faz-se até à parte direita do coração e daí em direção aos pulmões.
Na prática, isto significa que o primeiro leito vascular com vasos de calibre progressivamente mais pequenos encontrado por um eventual êmbolo que se solte dos membros inferiores é nos pulmões.
É por isso que, na maioria dos casos, salvo raras exceções muito específicas, um trombo que se solte proveniente de uma TVP nos membros inferiores pode alojar-se numa artéria pulmonar, dando origem a uma embolia pulmonar.
Se isso acontecer, ocorrem sintomas muito específicos como dor torácica e, sobretudo, falta de ar.
Nesse caso, o paciente pode estar perigo iminente de vida e deve dirigir-se de imediato ao hospital.
Uma trombose venosa profunda pode também trazer consequências a longo prazo, muito anos depois de ocorrer. De facto, as veias atingidas podem ver o seu funcionamento definitivamente comprometido:
- Permanecendo ocluídas ou estenosadas (apertadas);
- Perdendo função valvular, permitindo assim o refluxo venoso patológico em direção inferior.
Quando tal acontece, pode instalar-se um quadro progressivamente agravado designado Síndrome Pós-Trombótico. O membro em questão torna-se ou permanece edemaciado, as queixas de tensão, peso e cansaço vão sendo cada vez mais significativas. Sobretudo a estrutura da pele junto dos tornozelos vai sofrendo alterações importantes: manchada, atrófica, frágil. Podem finalmente ocorrer úlceras extremamente difíceis de cicatrizar e que têm tendência a reaparecer.
Médico Especialista
em Trombose Venosa Profunda
Prof. Doutor Sérgio Sampaio
- Licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
- Doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
- Especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular
- Fellow do European Board of Vascular Surgery