Patologia da Tiroide / Paratiroide

A tiroide é uma glândula endócrina, em forma de escudo (thyros), situada na base do pescoço. Apesar de ser uma glândula de pequenas dimensões, é responsável pela maior produção das hormonas tiroideias, que desempenham várias funções em diferentes áreas do organismo, essenciais à vida humana, como por exemplo:

• metabolismo;
• crescimento e maturação;
• capacidade de concentração e memória;
• frequência cardíaca;
• reprodução.

De acordo com os dados do Serviço Nacional de Saúde, as doenças da tiroide afetam mais de 1 milhão de portugueses. Estas doenças são, pois, frequentes e muito diversificadas, sendo aconselhável o seu rastreio para o diagnóstico e tratamento adequados.

O diagnóstico de disfunção tiroideia, ou seja, alteração da função tiroideia, faz-se através de uma análise ao sangue (TSH), eventualmente complementada com outros doseamentos, nomeadamente frações livres ou totais e anticorpos contra a tiroide.

As alterações da função tiroideia podem ser:

Hipotiroidismo – ou seja, produção hormonal insuficiente, o que vai abrandar o funcionamento do organismo.

Hipertiroidismo/Tireotoxicose –  ou seja, excesso de produção das hormonas tiroideias (pela própria tiroide ou não, daí a diferença de nomenclatura, respetivamente).

A realização de ecografia tiroideia está pendente das queixas do doente, do exame físico e dos exames complementares de diagnóstico. Trata-se de um exame que permite ver a estrutura e as dimensões da glândula, assim como a presença (e suas características) de eventuais nódulos ou quistos associados, e ainda das cadeias ganglionares cervicais adjacentes.

A punção biópsia aspirativa dos nódulos dependerá das características e dimensões dos mesmos, assim como da história clínica e familiar do doente. O resultado da biópsia poderá ser inconclusivo (exigindo repetição do procedimento sempre que pertinente), quisto, benigno (bom), maligno (cancro), tumor folicular ou lesão folicular de significado indeterminado, as duas últimas situações exigindo orientação individualizada e apropriada (repetição de biópsia e/ou cirurgia).

Por conseguinte, a Patologia Tiroideia é caracterizada por alterações da glândula tiroideia (hipotiroidismo, hipertiroidismo, tireotoxicose) e/ou da estrutura (como bócio e nódulos), sendo portanto muito variada e cursando com vários sintomas, muitas vezes inespecíficos. A Patologia Tiroideia é muito frequente, podendo ocorrer em qualquer fase da vida. Deve ser avaliada por Endocrinologia para se determinar a etiologia (causa), bem como o tratamento adequado.

Quanto à Patologia Paratiroideia (nome que advém da sua localização – são glândulas justapostas à tiroideia) não é tão frequente quanto a tiroideia mas é também ela de extrema importância. As paratiroides produzem uma hormona – a paratormona – responsável pelo metabolismo do cálcio. Além de alterações do seu funcionamento, pode também haver alterações de estrutura, merecendo avaliação endócrina.